"Protesto dos estudantes no início da manhã "
Aluno do 5º ano de Ciências Atuariais, Felipe foi baleado na cabeça por volta das 21h40, depois de assistir a uma aula de contabilidade. O diretor da FEA, Reinaldo Guerreiro, disse na manhã desta quinta-feira que o câmpus, localizado no Butantã, zona oeste, é 'inseguro'. 'Ele é muito grande, (tem) muitas árvores, muito espaço. Então é facilitador de todo tipo de ação de bandidos', afirmou, em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil. Segundo Guerreiro, a reitoria está consciente do problema e planeja ações para melhorar as condições de segurança na Cidade Universitária. Sobre a Guarda Universitária, o diretor disse que ela tem dificuldades para lidar com os recentes casos de violência dentro do câmpus. 'É difícil coibir. Tem acontecido muita coisa no câmpus. A reitoria estabeleceu uma comissão de segurança e teremos de ter ações mais concretas.'
O assassinato de Felipe mobilizou os alunos da FEA já na noite de ontem, quando o Centro Acadêmico convocou uma manifestação para as 7h15 de hoje, diante da faculdade, que atraiu cerca de 500 estudantes. A maioria deles vestia preto. Uma carta aberta foi distribuída entre os participantes do protesto. Um dos trechos do texto dizia: 'A perda de nosso colega escancara de maneira lamentável a necessidade de se debater a segurança no cotidiano universitário.'
No texto, assinado pelo CA, os alunos sugerem formas de enfrentar os sucessivos casos de violência na Cidade Universitária. Eles sugerem a melhoria da iluminação em todo o câmpus e a colocação de vigilantes nos perímetros da unidades. 'Agiremos para que a dor que hoje sentimos altere a forma como a questão da segurança é tratada', diz a carta.
'Estamos revoltados com a questão da segurança na USP. Já houve seguidos casos de sequestro relâmpago e agora chega ao ponto de um aluno da FEA ser assassinado no estacionamento da faculdade', afirmou a diretora-presidente do CA, Maíra Madrid, de 21 anos, aluna do 4º ano de Economia.
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