Após morte de aluno, reitoria da USP vai discutir segurança com alunos
"Protesto dos estudantes no início da manhã "
SÃO PAULO - Após o assassinato na quarta-feira do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), o chefe de gabinete da reitoria da USP, Alberto Carlos Amadio, recebeu alunos que protestaram esta manhã no câmpus, exigindo mais segurança. Amadio se comprometeu a formar uma comissão para discutir o assunto com os integrantes do Centro Acadêmico da FEA no início da tarde.
Aluno do 5º ano de Ciências Atuariais, Felipe foi baleado na cabeça por volta das 21h40, depois de assistir a uma aula de contabilidade. O diretor da FEA, Reinaldo Guerreiro, disse na manhã desta quinta-feira que o câmpus, localizado no Butantã, zona oeste, é 'inseguro'. 'Ele é muito grande, (tem) muitas árvores, muito espaço. Então é facilitador de todo tipo de ação de bandidos', afirmou, em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil. Segundo Guerreiro, a reitoria está consciente do problema e planeja ações para melhorar as condições de segurança na Cidade Universitária. Sobre a Guarda Universitária, o diretor disse que ela tem dificuldades para lidar com os recentes casos de violência dentro do câmpus. 'É difícil coibir. Tem acontecido muita coisa no câmpus. A reitoria estabeleceu uma comissão de segurança e teremos de ter ações mais concretas.'
O assassinato de Felipe mobilizou os alunos da FEA já na noite de ontem, quando o Centro Acadêmico convocou uma manifestação para as 7h15 de hoje, diante da faculdade, que atraiu cerca de 500 estudantes. A maioria deles vestia preto. Uma carta aberta foi distribuída entre os participantes do protesto. Um dos trechos do texto dizia: 'A perda de nosso colega escancara de maneira lamentável a necessidade de se debater a segurança no cotidiano universitário.'
No texto, assinado pelo CA, os alunos sugerem formas de enfrentar os sucessivos casos de violência na Cidade Universitária. Eles sugerem a melhoria da iluminação em todo o câmpus e a colocação de vigilantes nos perímetros da unidades. 'Agiremos para que a dor que hoje sentimos altere a forma como a questão da segurança é tratada', diz a carta.
'Estamos revoltados com a questão da segurança na USP. Já houve seguidos casos de sequestro relâmpago e agora chega ao ponto de um aluno da FEA ser assassinado no estacionamento da faculdade', afirmou a diretora-presidente do CA, Maíra Madrid, de 21 anos, aluna do 4º ano de Economia.