A última revelação a ter um papel tão importante foi Alex, em 1999, com o Palmeiras. Aos 22 anos, o meio campista mostrou maturidade para comandar o ataque do time de Luiz Felipe Scolari, enquanto Marcos garantia sua parte no gol. As partidas de Alex contra o arquirrival Corinthians, nas quartas de final, e River Plate, nas semis, foram decisivas na campanha palmeirense e marcaram Alex como um dos herois do título.
Um ano antes, Juninho Pernambucano, com apenas 23 anos, registrou seu nome para sempre na memória dos vascaínos com atuações históricas e um gol mítico nas semifinais contra o River Plate, na Argentina, até o único troféu da Libertadores do Vasco da Gama. Seria injustiça esquecer dos companheiros da genial equipe cruzmaltina em 1998, como bem lembra a decisiva dupla de ataque Luizão-Donizete, cada um autor de um gol na final contra o Barcelona-EQU.
"Todo mundo contribuiu para o sucesso daquela equipe", diz Donizete, que compara o time pelo qual foi campeão com o Santos de Neymar. "O Vasco tinha muito mais qualidade. Era mais aguerrido. Claro que o Neymar se destaca pela qualidade dele. É um jogador muito ágil. Lá na frente ele é absoluto. O Santos foi campeão na qualidade atrás e na habilidade do Neymar na frente."
Luizão concorda com o parceiro sobre a força do conjunto do Vasco-98 e diminui um pouco os méritos de Juninho. "Acho que naquele título era o grupo. Nosso time era muito bom, ninguém se destacava mais que o outro. Tinha Mauro Galvão, tinha Donizete. Os mais falados acho que eram eu e estes dois. O Juninho fez o gol contra o River, mas tinha jogos que ficou até no banco."
Mas a festa da torcida vascaína para a volta de Juninho ao clube, em 11 de junho, com São Januário lotado e direito a música especial - 'Contra o River Plate sensacional (gol de quem?). Gol do Juninho, monumental! - é a prova de que o meia será para sempre lembrado como grande personagem do título.
No Grêmio de 1983 não há nem discussão: o próprio jogador intitulado como heroi esclarece. "Eu era o grande nome daquela equipe", afirma sem falsa modéstia Renato Gaúcho, que aos 20 anos começou a trilhar o caminho - que seria concluído com o título mundial - para ser o maior ídolo da história gremista.
Quase a mesma idade de Neymar. "O Neymar tem as mesmas características que eu tinha na época, de pegar a bola e partir para cima do adversário. E um jogador assim faz a diferença. Eu ajudava a desequilibrar os jogos como ele também desequilibrou nesta Libertadores."
O outro jovem a ter levado o Santos ao título sul-americano é ninguém menos que Pelé. Não é possível chamar de promessa um atleta que aos 22 anos já era bicampeão do mundo com a seleção brasileira. Ainda assim, o feito do Rei na final da Libertadores é louvável para um jogador tão novo.
E ai as comparações entre os jogadores voltam à tona. Pelé deixou sua marca na finalíssima do torneio - e duas vezes - em vitória contra o Peñarol. Nessa quarta, Neymar também balançou a rede em um jogo de título contra o mesmo adversário. "Eram épocas distintas. Nós jogávamos com seis atacantes. Hoje o papel do jogador mudou muito", analisa Pepe, companheiro de ataque de Pelé no Santos.
O currículo de Pelé, recheado com três Copas do Mundo, duas Libertadores e dois Mundiais de clubes, dificulta comparações com qualquer jogador. A lista de conquistas da jovem estrela é bem mais reduzida. Mas ao fim do jogo de ontem, no Pacaembu, Neymar percebeu que está no caminho certo ao dizer: "Fiz história."
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